No ar em novela, Thiago Fragoso quer trilhar próximos passos na música
Com quase 30 anos de carreira, Thiago Fragoso coleciona papéis na televisão, mas é na música que quer dar seus próximos passos. O ator se prepara para o lançamento de seu primeiro EP, que será produzido fundamentalmente de composições suas. Em conversa com a GQ Brasil, ele diz que vivemos em uma dinâmica de julgamento muita dura. “Fazer o que se ama e correr atrás dos sonhos fica cada vez mais imperativo com o passar do tempo”, crava.
Thiago sustenta o amor pela música desde cedo, mas foi na atuação que construiu seus pilares. Agora, ele precisa se reinventar para esse novo mercado. Esse desejo dormia dentro dele, até que a paixão despertou com a sua participação no programa ‘’PopStar’’, em 2017. Agora, ele dedica grande parte do seu tempo para o seu primeiro projeto musical, quando não tem que cuidar de Martin, seu filho caçula, que completou 1 ano recentemente.
“O Martin nasceu com um mês de pandemia. A gente via o povo ficando total fitness, se iluminando com práticas de meditação, fazendo graduações e pós graduações online, e a gente só tinha espaço pra cuidar do recém-nascido”, brincou. Ao lado de Mariana Vaz, o casal também é pai de Benjamin, de 10 anos.
Em um papo sobre as gravações na pandemia, detalhes do projeto musical e a vida com os seus dois filhos, confira a entrevista completa abaixo:
O que você pode adiantar sobre seu novo EP? Ele será feito somente de composições suas?
Não consigo adiantar muito porque estamos ainda desenvolvendo todo o projeto, que acabou passando por adaptações devido a pandemia. Sobre as composições, não serão composições somente minhas também vai contar com uma versão bem pesadona de Podres Poderes do Caetano e tem uma música do meu irmão. As outras três faixas são integralmente minhas, letra e música.
Já temos previsão de lançamento?
Ainda estamos tentando associar com a liberdade de fazer um show de lançamento, sabe? Essa pandemia foi especialmente dura com a arte… Nossa profissão, quase sempre, envolve aglomerar.
Com tantos anos de sucesso nas artes dramáticas, de onde veio o ímpeto para se jogar em uma chance na música?
Quando a gente acha que já fez o suficiente tem algo estranho, né? É da natureza da humanidade estar sempre em processo de superação. Eu já fiz muita coisa na vida, sim, e chega numa idade onde a importância de ligar o “fod****” se torna fundamental. A gente vive numa dinâmica de cobranças e julgamentos muito inclemente e dura. Fazer o que se ama e correr atrás dos sonhos fica cada vez mais imperativo com o passar do tempo. É assim que vejo isso tudo.
Como a sua esposa, Mari, tem te ajudado nesse processo? Ela é sempre a primeira a ouvir as suas músicas? Ela opina nas composições?
Ela é a primeira a ouvir mas eu, na verdade só mostro quando já está pronto (risos).
Se em “Salve-se Quem Puder” você viveu um romance com a personagem de Vitória Strada, na vida real vocês ficaram super amigos, compartilhando vários momentos divertidos nas redes sociais. Acha que essa boa relação ajudou na história das telinhas?
Acho que sim! Principalmente, por ser uma comédia super escrachada, né? Eu acho muito importante manter um clima leve nos bastidores, invisto nisso em todos os meus trabalhos. A Vitoria é um amor e a gente ria muito… Tinha cenas que a gente tinha que fazer olhando pra orelha do outro pra não ter crise de riso.
Como foi gravar durante a pandemia?
No início, foi meio surreal, né? Parecia que eu estava entrando naquela bolha que os agentes federais fazem na casa do Elliot pra conter quaisquer infecções em ET! Lembra disso? A sensação era a mesma… Todo mundo vestido com um macacão branco, de máscara e face shield. A Globo demarcou perímetros e você só tinha acesso ao que era estritamente necessário. Depois de algumas diárias foi ficando mais tranquilo. Até as coisas mais diferentes, como ter que fazer a própria caracterização, foram incorporadas. E, claro, quando acabou foi uma tristeza. Eu me considero muito sortudo por ter tido a oportunidade de trabalhar durante a pandemia. Acho que estaria bem mais saturado com todo o isolamento não fosse por isso.
No geral, como a pandemia impactou seu trabalho? Conseguiu produzir algo de casa, nesse sentido?
Então, pra gente aqui em casa foi bem louco porque o Martin nasceu com um mês de pandemia. A gente via o povo ficando total fitness, se iluminando com práticas de meditação, fazendo graduações e pós graduações online, e a gente só tinha espaço pra cuidar do recém-nascido (risos), principalmente porque durante muito tempo não tivemos ninguém com a gente… Nem vovós, nem babás, nada… Mas agora a gente já tá conseguindo entrar nessa onda de se reinventar na pandemia. Estamos fazendo alguns cursos de roteiro online e desenvolvendo alguns projetos. Isso tem sido excelente pra sair desse tom monofásico da pandemia.
O Benjamin já tem 10 anos, certo? Ele já demonstra algum interesse por teatro ou pelas artes?
O Benjamin, como todo bom aquariano, mostra interesse por quase tudo (risos). Ele já disse que queria ser músico (fora astronauta, veterinário, paleontólogo, piloto, cientista e palhaço), mas ator nunca disse.
Como ele se sente ao assistir o papai na TV? Com “Salve-se quem puder”?
É a primeira novela que ele está autorizado a assistir. Ele tá amando… Vai ser o maior noveleiro. É engraçado porque ele respeita a quarta parede, direitinho. Quando comenta algo só fala do Alan, nunca falou do “papai”.
E como tem sido cuidar do Martin em casa? Ele nasceu durante a pandemia e viu pouco as ruas.
Muito pouco. Ele passeia pelo condomínio, só. A festinha de um ano dele foi só com os padrinhos e duas primas. Nada de vovó, vovô… Bisa… Nada disso. Todo mundo sofre com essa situação. Agora que os avós e a Bisa foram vacinados acho que vai ser uma mudança muito bem-vinda… Todo mundo fica feliz com um bebê gordinho por perto.
Você e a Mari pensam em ter mais filhos?
Por enquanto, não! Ainda é proibido falar sobre esse assunto aqui em casa (risos). Mas o futuro a Deus pertence, né?